O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo, respondendo por 22% de novos casos a cada ano. Estar dentro desta estatística significa percorrer um longo caminho de exames, tratamentos, cirurgias e outros desafios. Caminho que Geralda Silveira e Maria Marta conheceram de perto. Ambas são integrantes do Projeto Vida e Saúde, iniciativa do Grupo de Pesquisa Inclusão, Movimento e Educação a Distância.
– Um dia eu estava arrumando a casa e senti algo diferente. Fui tomar banho e fiz o autoexame, percebi alguma coisa e comentei com meu marido, que me disse para ir ao médico. Fui ao clinico geral. Ele me pediu uma radiografia e nela constatou que eu tinha câncer. Foi um choque! – conta Maria Marta.
Fazer o autoexame é de total importância. Mas além dele, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) também indica que mulheres com mais de 40 anos devem fazer exames clínicos anuais. Foi assim que Geralda descobriu que estava com câncer.
– Eu frequentava reuniões do climatério e eles reforçavam essa questão constantemente. Fiz o exame, que constatou um nódulo minúsculo, tanto que eu nem imaginei que era câncer, ainda mais porque ninguém na minha família tinha tido essa doença. Mas, graças a Deus, a médica não negligenciou essa possibilidade e já me indicou para uma cirurgia de remoção do nódulo – diz Geralda.
Iniciativa e bem-estar
Existem variados tratamentos para o câncer de mama, conforme o tipo e o estágio em que ele foi detectado. No caso de Geralda, em que o nódulo era muito pequeno, o tratamento indicado foi cirurgia para remoção do nódulo e radioterapia. Já Maria Marta fez uma mastectomia, a retirada completa da mama, seções de quimioterapia e uma cirurgia de reconstituição.
Independente da forma de tratamento, alguns efeitos colaterais podem surgir como a queda dos cabelos, náuseas, fadiga e perda de parte da movimentação dos membros superiores.
– O segredo é encarar. Hoje em dia temos muitos recursos, mas temos que correr atrás, buscar por nós mesmas novas soluções. O que vai fazer a diferença no tratamento é a postura de cada uma: se entregar, ou lutar. – comenta Geralda.
Nessa luta, uma importante aliada é a atividade física. Com exercícios específicos a movimentação dos membros superiores é recuperada consideravelmente, além de outros benefícios, como a melhora da autoestima, através da socialização.
Para oferecer um programa sistematizado de atividade física para as mulheres com câncer e incentivar a prática da atividade física na preservação da saúde, foi criado o projeto de extensão “Vida e Saúde”.
O projeto, coordenado pela professora Dra. Eliana Ferreira busca ainda criar um espaço de troca de experiência e construção conjunta de mecanismos de reinserção social para a melhora da qualidade de vida para as mulheres envolvidas.
– Já está comprovado que a atividade física está relacionada de forma positiva com a patologia, e atua de forma benéfica desde a prevenção ao tratamento – afirma Eliana.
Em 2012 o projeto de extensão “Vida e Saúde: Atividade Física Para Mulheres Com Câncer de Mama” foi aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), e a partir de agora os dados coletados serão utilizados para o desenvolvimento de pesquisas que busquem conhecer a intensidade e a duração dos exercícios aeróbicos e fortalecimento muscular e sua relação com as alterações corporais causadas pela cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Os dados também vão auxiliar na identificação das mudanças de hábitos sociais e os ganhos funcionais obtidos através da atividade física.
As atividades do projeto “Vida e Saúde”, que acontecem as Terças e Quintas-feiras na Faculdade de Educação física e desportos da UFJF e no hospital Asconcer, serão retomadas amanhã.
As mulheres interessadas em participar do projeto podem entrar em contato através dos telefones 2102-3283 ou 2102-3944.