Idealizada pela Secretaria Municipal de Educação de Juiz de Fora, a “XIV Mostra Professor Também faz Arte” reúne diversas obras de artes com temáticas voltadas para a educação.
Toda a
mostra busca ligar a temática da arte e da educação retratadas nas
telas e peças expostas. O evento ganha ainda mais sentido e se torna
imperdível, quando os autores são os próprios professores e alunos,
personagens diretos do processo de educação.
A história da obra
Quem
entra no NGIME, logo se depara com uma grande obra de arte exposta.
Criada há quatro anos, a tela “Inclusão”, do professor de desenho
Leonardo Paiva, retrata de forma didática e cronológica a evolução da
visão e o tratamento que a sociedade contemporânea vêm ao logo do tempo
dando à temática da deficiência física.
Mas
antes de falar da obra em si, vale contextualizar como e porque o quadro
foi concebido com o tema “deficiência física” por um profissional de
educação ligado ao NGIME (Núcleo de Pesquisa em Inclusão, Movimento e
Ensino a Distância) da UFJF.
O
Núcleo, dentre diversas linhas de pesquisa, sempre voltadas para a
inclusão escolar, trabalha há dez anos de forma direta com a inclusão de
pessoas com deficiência no ambiente escolar, assim, a maioria dos
cursos sob a gestão são criados e direcionados à formação de professores
para lidarem com a inclusão destas pessoas.
Dentre
diversos profissionais que compõem a equipe de elaboração destes
cursos, temos o ilustrador e professor Leonardo Paiva, responsável pela
produção da parte visual de todos os materiais didáticos dos cursos.
Assim, nas das diversas temáticas que envolvem os cursos voltados para a
inclusão, Paiva sempre tinha em seus desenhos que retratar a
deficiência nas pessoas, o que fez com que ele se interessasse e
estudasse a parte histórica do tema.
Logo,
ele percebeu que a aceitação às pessoas com deficiência física dentro
da sociedade percorreu um longo caminho, saindo da marginalidade e
preconceito absoluto nos tempos antigos, representado na tela pelos
degraus e cores escuras, à era da inclusão dessas pessoas em quase todos
os meios, pois ainda existem algumas barreiras, retratada por rampas e
cores mais vivas.
Nas palavras do artista/professor, ter a sua obra em uma exposição e ela possibilitar às pessoas a pensarem no tema da deficiência é motivo de grande prazer. “A satisfação de ver minha obra reconhecida é imensurável, mas além do valor artístico, o valor didático do painel é de grande relevância para uma compreensão e reflexão sobre a importância da inclusão das pessoas com deficiência em nossa sociedade, tendo a obra um forte impacto imagético e uma linguagem universal”.
Para a
coordenadora do NGIME, professora Eliana Ferreira, o grupo se sente
orgulhoso ao ver que os propósitos de uma sociedade inclusiva estudados
no Núcleo diariamente, despertam o interesse dos profissionais que ali
atuam. Para ela “é com grande alegria e orgulho que o NGIME vê uma obra
concebida a partir do olhar de um de nossos educadores ser exposta e
ganhar a apreciação de outras pessoas, sempre fazendo com que as pessoas
conheçam mais sobre a inclusão das pessoas com deficiência na
sociedade”, relatou a coordenadora.
A
mostra acontece no Espaço Cultural Bernardo Mascarenhas, localizado na
Av. Getúlio Vargas, nº 200, Centro, até o dia 11 de novembro, de terça a
sexta-feira das 09h às 21h e aos sábados e domingos de 10h às 18h, com
entrada franca.