Cada vez mais presente na prática nos mais diversos meios, como salas de aula, televisão, cinema, peças teatrais, museus, entre outros, a audiodescrição tem sido destaque nas temáticas de estudos acadêmicos ligados à inclusão, como a elaboração de pesquisas, criação de cursos de pós-graduação específicos para a formação de audiodescritores, tendo o NGIME/UFJF o pioneirismo do primeiro curso do Brasil nesta área.
A consequente expansão dos estudos ligados à audiodescrição com a formação de pós-graduados, agora tem guiado também para a formação de mestres na área, como as duas recentes dissertações feitas pelas alunas Naiane Dantos e Débora Agelis , ambas orientandas da professora Eliana Lúcia Ferreira, coordenadora do NGIME/UFJF.
Voltadas diretamente para empregabilidade da audiodescrição na prática, os dois trabalhos, os quais vamos falar mais abaixo, abordaram o tema como chave para a acessibilidade e a inclusão de pessoas cegas.
Naiane Paudarco – Biomas brasileiros audiodescritos
Possibilitar às pessoas cegas, entre elas estudantes e demais grupos o acesso às imagens dos biomas brasileiros através da audiodescrição foi a peça central da dissertação da Naiane.
De forma bem clara, a mestranda demonstrou no seu trabalho a necessidade de se levar para dentro da sala de aula essa acessibilidade, assim como o seu impacto positivo e benefícios tanto aos professores com uma didática de ensino mais apropriada e otimizada, quanto aos alunos cegos, que poderão de fato realizar as imagens dos biomas brasileiros de forma detalhada através do recurso da audiodescrição.
A riqueza de detalhes passada pelo processo audiodescritivo inclui estes alunos dentro da sala de aula, demonstrando que todos os conteúdos pedagógicos podem ser trabalhados de forma inclusiva e serem cada vez mais acessíveis.
Para Naiane, o fato de ter estudado e dissertado sobre audiodescrição abriu um leque de formas de inclusão com os seus alunos e colegas de trabalho. “Fazer este trabalho sobre audiodescrição me conhecer novas possibilidades de adaptações para meus alunos. Me possibilitou aprofundar mais sobre o tema, além de disseminar o conteúdo com meus colegas professores” destacou.
Débora Angelis – Audiodescrição como recurso pedagógico na literatura infantil
A audiodescrição de livros literários infantis, bem como o estudo da legislação e a regulação brasileira da política para a área, além da definição de um modelo de roteiro para audiodescrição destas obras usando na prática o livro “Minha vó sem meu vô de Mariâgela Haddad (2015) como recurso pedagógico foi o eixo central da dissertação da Débora.
Segundo ela, aprofundar na audiodescrição dos livros infantis se justifica pela necessidade de acessibilizar estas obras e enriquecer a experiência de todos os estudantes, salientando que os resultados mostram que é necessário analisar cada obra que será audiodescrita e o público para o qual ela será destinada, pois a AD para crianças necessita ser mais elaborada, dependendo do seu grau de desenvolvimento.
Débora salientou que a sua pesquisa a levou para uma nova visão da audiodescrição dentro das práticas de ensino. “O desenvolvimento da minha pesquisa ampliou meu entendimento sobre AD, além de possibilitar o uso como recurso pedagógico com os demais estudantes, potencializando a aprendizagem de todos”.