Profª Drª Elisa Tomoe Moriya Schlunzen
A sociedade da informação e do conhecimento tem demonstrado que somente com a convivência, a valorização e o respeito às diferenças, pode-se contribuir para que as experiências de vida e de aprendizagem sejam exitosas. A perspectiva de Escola Inclusiva, aberta a essas diferenças pode gerar um movimento importante, do aprender a estar junto.
Entretanto, o grande embate diante do qual a escola se depara é aprender a estar junto com pessoas que apresentam ou demonstram explicitamente limitações em nível cognitivo, físico ou sensorial, ou seja, aquelas que atualmente são chamadas de Estudantes Público-Alvo da Educação Especial (EPAEE), ou seja, as pessoas com deficiências clinicamente diagnosticadas, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
A chegada dos EPAEE no ensino comum trazem para a escola a necessidade de fornecer subsídios para que a inclusão se efetive, por meio da reorganização das práticas pedagógicas, e da atenção especial aos recursos tecnológicos presentes no cotidiano e que podem facilitar/proporcionar, a acessibilidade e a efetivação dos direitos de ser e de aprender na escola.
Uma das reconhecidas e eficazes estratégias de apoio ao ensino básico pode se dar pelo uso de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) em uma abordagem Construcionista, Contextualizada e Significativa (CCS). Para viabilizar essa abordagem e em se tratando de educação básica, a prática pedagógica, mediada pelo trabalho com projetos, surge como perspectiva de prospecção da Escola Inclusiva.
No trabalho com projetos em uma abordagem CCS é possível que sejam solucionados problemas, de acordo com o contexto dos estudantes, e que esses problemas sejam inerentes a todas as formas de aprendizagem, potencializando as diferentes habilidades.
Por isso, há que se pensar nas possibilidades e perspectivas de inclusão de práticas novas no contexto escolar. Os professores necessitam de incentivo e formação, para que possam encontrar verdadeira segurança para modificar sua prática, à medida que sejam acompanhados, e estimulados a refletir e buscar estratégias.
Uma perspectiva que pode ser aliada ao trabalho com projetos é o uso de Objetos Educacionais (OE), que são TDIC que podem ser articuladas à prática pedagógica.
O Ministério da Educação (MEC) criou em 2008 o Banco Internacional de Objetos Educacionais (BIOE), disponível em: objetoseducacionais2.mec.gov.br, que disponibiliza atualmente mais de 15 mil Objetos Educacionais para auxiliar os profissionais da Educação em todos os níveis e modalidades de ensino. Entre os formatos de OE disponíveis, estão: áudio, vídeo, animação, simulação, software educacional, imagem, mapa e hipertexto.
Além disso, o Portal do Professor, disponível em: portaldoprofessor.mec.gov.br é outro repositório educacional que contém, além de diversos recursos digitais, exemplos de planos de aula que podem ser usados no cotidiano educacional.
São essas e outras iniciativas que podem potencializar o acesso e uso de TDIC, trabalhando com projetos, no ambiente escolar. E quem sabe, com esses recursos, tenhamos cada vez mais, possibilidades de construção de uma escola inclusiva.