Curso de Dança em Cadeira de Rodas promove arte e inclusão na UFJF

publicado em 21 07 2014

Dança desenvolvida com cadeiras de rodas promove inclusão de deficientes

Cadeiras de rodas é instrumento para promover inclusão através da dança

No curso de Dança em Cadeira de Rodas, promovido entre os dias 18 a 20 de julho na UFJF, bailarinos provaram que a dança supera qualquer limitação. Ao aprenderem técnicas de manejo e dança em cadeiras de rodas, construíram uma rede de conhecimentos que cumpre importante função social ao possibilitar a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Os ensinamentos fizeram parte do módulo prático do curso de Dança em Cadeira de Rodas, oferecido pelo NGIME/UFJF na modalidade a distância. A turma teve início em maio e previsão de término das atividades em agosto.

Representantes de Amazonas, Sergipe, Brasília, Minas, Rio e São Paulo dedicaram o final de semana ao aprendizado dessas técnicas para fazer a diferença em projetos e atividades que já executam em seus estados. E muitos se surpreenderam com a beleza e a graciosidade dos movimentos, executados pela professora Luciene Rodrigues, que é competidora de Dança Esportiva em Cadeira de Rodas pelo estado da Paraíba.

Para Luciene, dança em cadeira de rodas representa cidadania

Para  a profª. Luciene Fernandes, dança em cadeira de rodas representa cidadania

“A dança é uma ação social capaz de inserir pessoas em qualquer contexto, por isso, aprender a dança em cadeira de rodas traz ao deficiente uma qualidade de vida melhor, um exercício físico de qualidade, um prazer e acima de tudo, ele consegue entender que o corpo, por ter uma limitação não tem uma impossibilidade. Apenas não está apto por uma forma, mas está apto por outras formas”, explica a professora.

O Secretário geral CBDCR José Guilherme Almeida confirma que no ensino desta modalidade de dança, a UFJF é centro

Para José Guilherme, UFJF se consolida cada vez mais  como referência em dança de cadeira de rodas no Brasil

Para Secretário geral da CBDCR, UFJF se consolida cada vez mais como referência em dança de cadeira de rodas no Brasil

de referência em pesquisa e atuação em dança de cadeira de rodas em todo Brasil. “O modelo que a UFJF tem de ensino a distância possibilita que muitas pessoas no território brasileiro possam conhecer essa modalidade e se apropriar desses conhecimentos com os profissionais, isso porque em muitos estados não existem grupos que dominam os conhecimentos específicos enquanto modalidade de competição.”

Experiências na prática

Para os alunos, o final de semana foi de muito esforço, dedicação e experimentação de novas possibilidades, como afirma o aluno de Educação Física em Juiz de Fora e professor de dança Mário Jorge de Miguel Mendes. “Hoje tive oportunidade de fazer aula prática onde estou experimentando esse ambiente da cadeira de rodas, essa visão, esse novo mundo. Estou sempre exposto a trabalhar com deficientes, se chegar algo, eu tenho uma bagagem para interagir com o aluno e não

Mário Jorge buscou capacitação para estar preparado para o público cadeirante

Mário Jorge buscou capacitação para estar preparado para o público cadeirante

deixar ele excluído”.

Vindos de Amazonas e Sergipe, os bailarinos Kellen Cristine e Roney Charles de Lima perceberam a experiência como uma forma de aprimorar os trabalhos que já desenvolvem. “Trabalho na área de acessibilidade com deficiente visual e auditivo com expressão corporal e dança, mas a dança em cadeira de rodas é uma técnica nova. Para mim está sendo um experiência nova maravilhosa, porque estou buscando novos conhecimentos e levando novas culturas para minha cidade”, afirma Kellen.

O sergipano Roney encontrou ainda, dificuldades para o trabalho artístico de dança com a cadeira de rodas. “É tudo mais complicado, primeiro preciso aprender a me locomover com a cadeira para poder manter quadril, ombro e manter essa troca de energia de força enquanto um empurra, outro está puxando. E para poder fazer a parte de frenagem é muito complicado tentar controlar o abdome e a pelve. Vim mais para trocar experiências com o grupo e conhecer pessoas novas”.

Atuando na Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência em Barueri/SP, Simone Maggione fez o curso e destaca a sua importância. “Possibilita a autonomia dos deficientes, de estarem participando de uma atividade corporal, sendo mais uma possibilidade de inclusão. O manejo de cadeira de rodas que a gente vivencia aqui é o que eles vivenciam no dia a dia, então a gente vai contribuir não só com o social, mas com a vida diária, a saúde”, explica.

Bailarina pretende tornar sua escola de dança acessível com técnicas aprendidas

Bailarina pretende tornar sua escola de dança acessível com técnicas aprendidas

Flávia Rodrigues é sócia de uma escola de dança em São Paulo e participou do curso para ampliar suas possibilidade de atuação enquanto profissional. “Ainda não trabalho com cadeirantes, mas pretendo. Estamos preparando a escola nesse sentido, adaptando banheiros e promovendo acessibilidade. Como temos esse projeto, resolvi estudar e aprender para que eu consiga trabalhar corretamente com esse público”.

Não só iniciantes procuram a capacitação, Romário Moreira de Ubá/MG participa do curso pelo segundo ano consecutivo e explica sua opção. “Trabalho com dança, estive aqui ano passado e estou fazendo o curso online. Estou tentando, na prefeitura da minha cidade, montar uma turma de dança inclusiva, por isso o interesse de vir para adquirir mais conhecimento e futuramente trazer meu grupo de dança para se apresentar aqui”.

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