Mudar a realidade através do ensino é uma das maiores metas do Núcleo de Pesquisa em Inclusão, Movimento e Ensino a Distância da UFJF. Uma das provas disso é a realização do curso de Especialização em Esportes e Atividades Físicas Inclusivas para Pessoas com Deficiência, que formou sua quinta turma no último final de semana entre os dias 4 e 5 de dezembro.
Cerca de 100 alunos, de oito polos, vieram à Universidade Federal de Juiz de Fora para a apresentação de seus trabalhos de finalização de curso, em formato oral e banner, sendo submetidos à avaliação dos professores. Tiveram oportunidade ainda, de participar do V Encontro EAD, evento científico que discutiu a educação a distância e os desafios da inclusão na educação brasileira.
A aluna Cristiane Manhães Ferreira, do polo de Araxá acredita que a especialização promoveu um salto na sua carreira. “Dou aula há 25 anos e através do curso, me capacitei para dar aulas de ioga para deficientes visuais. O curso inteiro me ajudou em tudo, inclusive a trabalhar na escola com crianças com deficiência porque nunca tive coragem para lidar com a dificuldade de trabalhar com esse público, agora consigo dar uma aula e incluir todos os alunos”, comemora.
Já Olavo José da Silva do polo de Ipatinga, além de absorver os conhecimentos do curso também tem repassado as informações para outros professores de sua cidade. “Tenho conseguido aplicar reflexões no dia a dia profissional, o curso me deu uma visão diferente do que a faculdade passa para gente, mostrou muito além, os vários tipos de atividades que podemos trabalhar com os alunos. Vou passando para outros professores, que inclusive estão trabalhando com o material que recebi da UFJF e já estão aplicando”.
Arlete Durães Azevedo Freire do polo Salinas avalia o curso como excelente. “Apesar de ser à distância é bastante puxado, exige de fato e a gente aprende bastante. Foi grandiosa a aprendizagem”, declara. Ela fez um interessante trabalho sobre a dificuldade de inclusão dos alunos com surdez no ensino regular de Montes Claros. “Escolhi esse tema porque a gente percebe os grandes avanços da inclusão de alunos com deficiência, na minha pesquisa 87% das pessoas concordam com inclusão desses alunos. Mas, para que continue avançando, é necessário que todos os professores sejam capacitados e uma política pública voltada para essa inclusão”
Do polo de Água Santa, o aluno Leonardo Freitas já colhe os resultados do que aprendeu. “Aprendi a oferecer as atividades relacionadas ao tema da inclusão e já estou tendo resultados positivos, os alunos já estão começando a entender sobre a inclusão, sobre a acessibilidade e percebem que a escola não tem rampa, piso tátil e estão começando a despertar para isso. Ainda temos muito a melhorar, é necessário ter essa visão para melhorar as coisas”.
Avaliação
Flávia Ceccon Moreira Gil, coordenadora do curso, acredita que a avaliação geral é positiva. “A apresentação dos trabalhos é só a culminância de todo esse processo, ao longo de quase dois anos houve muita discussão, reflexão e o TCC mostra o resultado disso tudo. Para os alunos chegarem aqui e apresentarem esses trabalhos é um ganho muito grande porque a gente sabe das dificuldades desse processo, como financeiras, de saúde, familiares, de entendimento. Não tenho dúvidas que as reflexões vão fazer diferença no dia a dia deles”, afirma.
Luana Faustino da Silva é tutora do curso e foi palestrante no evento. Para ela, o curso “acrescentou uma gama de conhecimentos que até então não tinha contato e apesar de atuar em escola, não tenho contato com alunos com deficiência, mas esse curso me deixou à vontade para inserir propostas na escola relacionadas à deficiência.” A profissional acredita que mesmo não tendo alunos com deficiência é importante trabalhar esses conceitos para que alunos sem deficiência possam se conscientizar e promover uma sociedade mais inclusiva.