3º encontro presencial de audiodescrição amplia campo de atuação de alunos no mercado

publicado em 01 12 2014

Amanda Tojal ministra aula sobre audiodescrição em museus

Amanda Tojal ministra aula sobre audiodescrição em museus

Ampliar as perspectivas da audiodescrição, esse foi o enfoque das aulas promovidas pelo Núcleo de Pesquisa em Inclusão, Movimento e Ensino a Distância da UFJF durante o 3º encontro presencial de Audiodescrição, realizado entre os dias 27 a 29 de novembro na UFJF.

Com disciplinas voltadas para o aprendizado da audiodescrição em ambientes como parques, museus e também em eventos corporativos e acadêmicos, além da disciplina produção de eventos com acessibilidade comunicacional, os alunos tiveram um final de semana intenso em que puderam abrir os horizontes com relação ao tema.

“Percebi por essa aula que é muito importante a acessibilidade não só na questão da audiodescrição, mas em museus, parques e vai depender de todo um conjunto, da questão tátil, de poder tocar, de poder aproximar das obras e também de poder dar liberdade ao deficiente visual para ver se ele quer ou não aproveitar o recurso, a escolha é dele”, explica a aluna Adriana Alves Borges, de Goiânia.

A profª Drª Amanda Tojal fala sobre os princípios da audiodescrição realizada em ambientes como museus. “É super trabalhoso, envolve produção de roteiro, estudar o tema e, além disso, tem que pensar nos recursos de acessibilidade e nos recursos midiáticos, para poder incluir na audiodescrição. E tem ainda a participação do público, porque ele não vai só ouvir, mas também tem que explorar a obra de arte, é uma outra perspectiva.”

Para a aluna Fabiana Ferreira da Silva, de Manaus, as aulas foram importantes para aprender como justificar aos gestores culturais a importância do recurso. “Como a professora colocou, a exposição muitas vezes fica somente para quem enxerga. Então nessa disciplina, a professora está nos explicando sobre o processo de elaboração de um projeto em que haja um planejamento para mostrar de fato como funciona essa questão da acessibilidade, para que os gestores entendam de forma mais fácil a questão da audiodescrição. Estamos aprendendo a justificar que a AD não é somente para público específico, mas para outras pessoas também agrega mais valor e informação para a obra de arte”, explica.

Para a profª Drª Lara Pozzobon a criação desse curso foi uma ideia fantástica. “Estava na hora de se criar uma especialização em AD, foi muito bem montado, está bem completo. Essa disciplina que ministro [Produção de eventos com acessibilidade comunicacional] não é diretamente AD mas é fundamental para integração das acessibilidades e para a pessoa ter noção do contexto onde ela vai trabalhar com audiodescrição. Os alunos estão interagindo bastante, então isso prova que a disciplina era importante nesse curso para compor o conjunto do desenho universal que é tratado no curso, a possibilidade de todos usufruirem da maneira mais acessível de um produto ou projeto cultural”, explica.

Na visão da profª Drª Graciela Pozzobon o curso se insere num movimento de consolidação do conhecimento no Brasil. “Estamos há uma década construindo esse saber da AD no Brasil, acho muito importante esse curso porque ele vem formalizar e consolidar um saber que está muito espalhado em pequenas iniciativas e experiências. O curso vem para canalizar, para juntar os profissionais para que a gente canalize esse saber. O público de pessoas com deficiência hoje já está formado e o que ele quer? Que determinado centro cultural disponibilize recursos de acessibilidade na sua programação e já estamos nesse passo de pressionar e divulgar para que os locais estejam acessíveis, porque as pessoas cegas querem escolher a programação.”

O aspecto positivo do curso, é que alunos já estão podendo exercitar o que têm aprendido nas aulas, como a aluna Melina Cardoso de Paula. Ela trabalha como jornalista na Folha de São Paulo e recentemente fez uma matéria totalmente audiodescrita por ela mesma sobre um deficiente visual preparando seu cão guia para a aposentadoria. A aluna Sônia Regina Silva Miranda, de Goiânia, também é um exemplo, sendo responsável pela audiodescrição de dois eventos em seu estado: um congresso e uma exposição de fotos.

Sobre o curso, Melina reforça a ideia de que é preciso pensar em acessibilidade de forma mais ampla. “Estou acostumada com a audiodescrição em vídeos, que é o que estou utilizando no trabalho. Em museus é um pouco diferente, como a professora falou, amplia muito mais a acessibilidade. No caso do vídeo foco somente na imagem, no caso do museu tem o local, a estrutura, o ambiente externo e interno, ou seja, é preciso pensar em acessibilidade ampliada”, afirma.

Deficiente visual, a aluna Marilena Assis explica o que absorveu das aulas. “Aprendi na verdade que nada é rígido, até porque a arte é subjetiva e quando a gente vai audiodescrever uma obra de arte, é importante que a gente conheça sobre a data, o autor, algum sentido em princípio que foi desejado dar àquela obra. Mas a audiodescrição e a absorção que nós temos desse produto difere de pessoa para pessoa”.

Coordenadora Pedagógica do curso, Lívia Motta faz um balanço geral das atividades. “Nosso terceiro encontro foi muito importante, porque além de trazer profissionais envolvidos na audiodescrição em museus, tivemos também a disciplina de audiodescrição em eventos corporativos que é uma outra possibilidade muito importante da audiodescrição que vem se ampliando muito. Para finalizar, a disciplina produção de eventos com acessibilidade é muito rica, com profissionais que se distinguem no mercado e na academia, isso abre para as possibilidade de atuação do audiodescritor e o que tem me deixado bastante animada é que vários alunos já tem começado a implementar a audiodescrição em diversos tipos de produtos em seus estados e isso é muito importante”, avalia.

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